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As armas de fogo não surgiram com o propósito esportivo, elas mudaram o rumo de guerras que antes eram travadas com espadas, arcos e flechas e no combate corpo a corpo. Os primeiros registros do uso em batalhas surgiram em 1346, a partir de então, o arsenal foi evoluindo, diminuindo de tamanho, peso e ganhando cada vez mais espaço nos combates.

Como esporte, o Tiro Prático surgiu com os militares e clubes de caça. A atividade dos caçadores, inclusive, inspirou algumas modalidades das provas existentes, como skeet e fosso. A diferença entre elas está ligada unicamente ao número de pratos que serão derrubados por homens ou mulheres.

No alvo certo

As linhas de tiro utilizadas em campos de batalhas também serviram de modelo para o esporte, pois as primeiras competições eram disputadas nas posições deitado, joelhos e em pé.

A primeira prova de tiro ao alvo foi realizada com fuzis em 1867 e ele está presente nas olimpíadas desde sua primeira edição, em 1896, em Atenas, de lá para cá o número de provas existentes na modalidade já variou bastante. Foram 21 modalidades em 1920 e apenas duas em 1932, como também, não houve nenhuma em 1928. Até 1964, em Tóquio, apenas os homens podiam participar, porém em 1968, no México, as mulheres começaram a competir nas provas com os homens. Só em 1984 que houve as primeiras disputas exclusivamente femininas, contudo, em apenas duas categorias: pistola de ar e carabina de ar. Atualmente, o esporte é disputado em 15 categorias, sendo 6 femininas e 9 masculinas.

Carabina de ar utilizada em competições

Tiro prático: desfazendo o esteriótipo brasileiro esportivo

Quando falamos em esporte no Brasil a primeira coisa que nos vem à mente é o futebol, mas o que quase ninguém sabe é que a primeira medalha de ouro olímpica brasileira foi no tiro ao alvo em 1920, na Bélgica. O grande vencedor foi o Tenente do exército brasileiro Guilherme Paraense, que disputou a medalha na categoria tiro rápido.

Apesar disso, o esporte no país ainda é bastante desconhecido e extremamente marginalizado, pois a visão que os brasileiros têm em relação a armas é de agressão e desordem. Segundo dados do mapa da violência de 2016, 42.416 pessoas morreram em 2015 vítimas de arma de fogo no Brasil, o equivalente a 116 mortos por dia, deste total 94,5% foram de homicídios. Entretanto, é importante lembrarmos que no Tiro Prático não existe tais situações, pois como o próprio nome diz é um esporte, as armas são exclusivamente usadas para esse fim.

Apesar da arma estar associada ao perigo, o tiro é um esporte seguro. Há regras bem rígidas, é necessário o porte de arma de fogo e certificado de registro do exército, após vários testes técnicos e psicológicos, a pessoa está pronta para filiar-se a um clube de tiro e participar das competições, por exemplo. Fabricio Barbosa, Presidente da Associação Campinense de Tiro Esportivo - ACATE ressaltou o que o esporte traz de melhor a quem o pratica, “tanto o esporte quanto o lugar do clube é muito agradável, o pessoal sai daquela rotina do dia-a-dia, esquece do mundo. Os praticantes se educam com o esporte. É a mesma coisa de uma pessoa que pratica uma arte marcial, por exemplo. O pessoal que gosta do esporte não vê a arma de fogo como um modo de defender-se, mas de divertir-se.”

Guilherme Paraense, o primeiro medalhista de ouro brasileiro no tiro esportivo

Medalhas conquistadas pelos brasileiros nos últimos 5 anos
Saiba mais sobre o esporte

Dentro do tiro esportivo há diversas formas, modelos e padrão de prática. Antes de iniciar qualquer modalidade o equipamento de segurança é essencial dentro dos parâmetros do esporte: os óculos, um colete para guardar a arma e munição, e os tampões de ouvido. Nas variantes do esporte as regras só mudam no que diz respeito às provas e a utilização de diferentes armas.

As três modalidades são: pistola, carabinatiro ao prato.

Alvos das pistas de treinamento (Foto: Lucas Batista)

Pistola – as provas podem ser: pistola livre, sport (só para mulheres), pistola de ar e tiro rápido (só para homens).

Carabina – as provas podem ser: três posições (armas diferentes para homens e mulheres), deitado (somente para homens) e carabina de ar.

Tiro ao prato – as provas podem ser: skeet, fossa olímpica e fossa dublê. Nessa categoria, em todas as provas, há uma diferença no número de pratos para homens e mulheres.

Com relação aos campos, eles são de dois tipos - normal e skeet - nos quais podem ser praticado o tiro esportivo. Em um dos campos, o normal, são necessárias várias cabines de tiro, com uma área mínima de tiro de 15 m de comprimento e 20 m de largura. Já o campo de skeet, deve ser demarcado por um semicírculo o ponto de onde os atletas irão atirar e o ponto de onde deverá partir os pratos. A área de tiro no campo skeet deve ter 15 m de comprimento e 36,82 m de largura.

Outra modalidade bem conhecida entre os praticantes é o IPSC (International Practical Shooting Confederation), ou seja, o tiro prático. O presidente da ACATE – CG (Associação Campinense de Tiro Esportivo), Fabrício Barbosa, explica que essa modalidade exige velocidade, precisão e potência, onde você pratica muito o deslocamento, sendo várias pistas montadas, cada pista com uma estratégia diferente para o atleta resolver/atuar. Existe um programa onde é colocado a atuação, pontuação e colocação.

Tem também o IDPA (The International Defensive Pistol Association) porém, esta categoria é mais escassa hoje em dia. Funciona da seguinte maneira: os competidores da IDPA são divididos em classificações dentro de cada divisão com base em seu nível de habilidade. IDPA tem um método muito rápido e fácil de classificar atiradores.

O R.A (Real – Action), mais conhecido como Paintball, tiros coloridos que parecem brincadeira, mas é necessário precisão e habilidade para conseguir os objetivos do jogo, que são basicamente atingir o adversário usando um marcador de ar comprimido ou CO2 que atira bolas de tinta colorida.

O Sangue Rápido, são 5 alvos que deverão ser alvejados com 1 tiro cada, de 3 diferentes distâncias, em posição inicial com mãos acima dos ombros, arma carregada e travada no coldre.

Clubes de tiro em campina grande despertam curiosidade

O esporte de tiro na cidade de Campina Grande, apesar de ser “desconhecido” por muitos da região, ele tem diversos adeptos e vai muito além de um hobby. Um deles é o sócio fundador de um dos clubes de Campina, Fernando Barbosa que além de ser atleta é treinador.

O clube do qual faz parte, o ACATE foi criado no ano de 2011 e, de acordo com ele, havia uma necessidade de um espaço assim na cidade, já que os adeptos do esporte tinham que se deslocar até a cidade de Areia para o CATA – Clube Areiense de Tiro ao Alvo que existe há 30 anos para se divertirem.

Com uma proposta bem diferente, os clubes de tiro foram criados para ser um ambiente de lazer e de amigos, tendo como principal regra a segurança. Aos poucos, mais pessoas foram tomando conhecimento do local e consequentemente gosto pelo esporte praticado pelos fundadores, até que hoje são frequentadores leais, 135 sócios, fazendo crescer ainda mais a visibilidade do esporte na Paraíba.

As mulheres podem

A busca pela igualdade de gênero entre homens e mulheres é antiga e dentro do esporte não seria diferente. Ao longo dos séculos as mulheres foram ganhando seu espaço, algumas modalidades até hoje são vistas por muitos como ‘esportes para homens’, uma delas é o Tiro Esportivo, um esporte que requer precisão e velocidade em atirar com uma arma que pode ser tanto de fogo como de ar comprimido.

 

Antes de disputarem os Jogos Olímpicos na categoria exclusivamente feminina, as mulheres disputavam as medalhas com os homens. E foi assim, em Montreal 1976, que a norte-americana Margaret Murdock se tornou a primeira mulher a subir ao pódio olímpico no Tiro Esportivo.

 

No ACATE existem apenas duas mulheres praticando atualmente. O então presidente da Associação afirma que ele tem interesse em montar equipes femininas para treinar e disputar campeonatos, porém o preconceito e a falta de informação sobre o esporte ainda é muito grande, não só na Paraíba mas em todo o Brasil.

Estrela Isis é destaque não só no ACATE como também em todo o Brasil, conheça mais sobre a história dessa atleta no vídeo abaixo:  

Estrela Isis em um de seus treinamentos  (Foto: Lucas Batista)

Por:

Karollina Oliveira 
Lucas Batista 
Nilmara Beserra 
Pedro Borges 
Jéssica Lopes

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