MMA | impactoesportes

Um esporte onde a emoção não pode sobrepor a razão

O Mixed Martial Arts ("Artes Marciais Mistas", em inglês) surgiu nos anos 90, mas suas origens vêm desde antes de Cristo. Em 648 a.C., o pancrácio, luta popular na Grécia, foi incorporada às olimpíadas antigas. O estilo, usado nos treinos militares de Esparta, envolvia socos, chutes e estrangulamentos no solo e durava até um dos oponentes ficar inconsciente. Nesta época as lutas eram desenvolvidas sem limite de tempo, luvas ou regras e regulamentos que garantissem a integridade física dos lutadores. O vale-tudo moderno só começou a surgir mais de 2 500 anos depois, no Rio de Janeiro. Nos anos 20, o mestre de jiu-jítsu Carlos Gracie convidava lutadores de várias modalidades para disputar desafios e, nos anos 70, os japoneses transformaram a fórmula em espetáculo, com os torneios Pride.

Em 1993, Rorion Grace, sobrinho de Carlos, organizou o primeiro UFC, o Ultimate Fighting Championship, fazendo do MMA um fenômeno mundial. O Ultimate Fighting Championship (UFC) é uma organização de MMA que produz eventos ao redor de todo o mundo. Tem sua base atualmente nos Estados Unidos. O primeiro evento do UFC ocorreu em Denver, Colorado. A proposta do evento era identificar a arte marcial mais efetiva, em uma luta entre competidores de diferentes tipos de luta, incluindo jiu-jitsu brasileiro, boxe, wrestling, muay thai, judô, karatê, tae kwon do, entre outras.

Os resultados das lutas só são dados a partir de 6 definições:

- Finalização: Quando um lutador recebe uma chave ou um estrangulamento e demonstra desistência.

- Nocaute: Quando um lutador recebe um golpe e fica inconsciente no momento.

- Nocaute técnico (decisão médica): Quando o médico da luta julga que um lutador não tem mais condição de continuar no combate.

- Decisão por pontos dos juízes: Após o término dos rounds, três juízes definirão qual foi o resultado do combate.

- Desqualificação: Quando um dos lutadores aplica de forma intencional algum golpe ilegal ou realiza algum movimento proibido.

- No Contest (sem disputa): Se uma contusão sofrida por golpe ilegal acidental for muito severo e o lutador não puder seguir.

O MMA não é um vale tudo e diversos golpes são proibidos. Os lutadores devem usar todos os equipamentos de segurança. Com o surgimento das regras o esporte se tornou menos violento e mais justo, pois os lutadores se lesionavam menos e com isso seu rendimento nos treinos e nas lutas se tornaram maiores.

Quem pode praticar o jiu-jitsu?

Categorias

Quem pensa que o MMA é só para atletas profissionais está enganado. O esporte já chegou às academias e vem conquistando várias pessoas devido os seus benefícios para o corpo e para mente.

A presença da mulher

Ser mulher nos dias de hoje não é fácil. E ser mulher no MMA é algo que requer muita força, não apenas física, mas psicológica também. As mulheres buscam melhorias no tratamento das organizações esportivas, lutam por mais visibilidade, por mais categorias, por condições igualitárias ao do mundo masculino. Algo que faz falta no mundo feminino do MMA é o patrocínio, que acredita-se ser extremamente necessário para aumentar a presença das mulheres no mundo das lutas.

Atualmente, não existe uma quantidade suficiente de mulheres lutadoras para que novas divisões sejam criadas. Dentro do UFC há 8 tipos de título destinado a homens e apenas 2 títulos destinados a mulheres, porém existem eventos exclusivos para mulheres, como o Invicta que é uma organização norte americana fundada em 2012 por Janet Martin e Shannon Knapp ex-matchmaker.

Ronda Rousey foi a primeira mulher a ser contratada pelo UFC e já ganhou prêmios como o Women’s MMA Awars (Lutadora do Ano, Feminina peso-galo do Ano e Revelação Feminina do Ano), um prêmio da Inside MMA (Lutadora do ano), e um da MiddleEasy (Submissão do ano). Ela ajudou a construir o MMA feminino e o levou para uma “era adulta”.

Ainda há preconceito contra mulheres que lutam, mas isso é um quadro que está em mudança. Mulheres estão conquistando seus espaços e mostrando que são melhores do que muitos companheiros de esporte. É uma quebra diária de preconceitos tanto dentro das academias quanto fora. O MMA feminino ainda tem muito para crescer, mas isso é só o começo. Cada dia mais as mulheres estão mostrando do que são capazes e assim, ganhando seu espaço desejado.

Segundo Danielle Gomes, atleta que pertence a categoria amadora e pratica o esporte na academia nova geração onde os treinos são mistos – homem e mulheres juntos- não sente a presença do preconceito: “Antigamente existia muito preconceito com relação a mulher fazer algum tipo de luta. Hoje em dia isso não acontece mais”, disse ela.

MMA entra em cena na Paraíba

O MMA tornou-se uma modalidade universal que ganha adeptos em todo o mundo diariamente. Após muitos anos sendo vítima de preconceito, já que é um esporte de combate duro, este exercício físico está gradativamente eximindo os tabus preconceituosos impostos a ele pela massa mundial, e com isso vem aumentando não só o número de adeptos ao MMA, mas o número de atletas que ganham destaque devido a sua boa atuação e desempenho nesta modalidade.

Os melhores lutadores de MMA fazem sucesso no Ultimate Fighting Championship (UFC) e se tornam celebridades mundiais, pois seus nomes são emanados frequentemente em todo o mundo pela produtora do UFC. Antônio Carlos Júnior, o Cara de Sapato, Antônio Pezão e Bethe Corrêa são personalidades da Paraíba, estado do Nordeste brasileiro conhecido pelo sotaque arrastado e clima quente, que a partir do MMA ganharam repercussão no UFC e hoje são nomes mundialmente conhecidos e respeitados pela qualidade da luta que executam.

Além de lutadores famosos, a Paraíba, em especial Campina Grande, detêm uma quantidade de lutadores amadores que trás títulos e levam o nome da cidade à diversos campeonatos. Entre eles está José Hamilton, lutador da categoria peso leve que já participou de duas edições do campeonato paraibano e conquistou um título.

A Paraíba é, hoje, um dos estados principais quando se quer conceber a relação de surgimento de bons lutadores de MMA, já que, os nomes de personalidades paraibanas vinculadas ao UFC já concorreram aos cinturões oferecidos como prêmio neste tipo de luta (quando a luta é de caráter profissional). Devido a forte notoriedade que este esporte está propagando no estado, muitas academias nesta localidade que antes ofereciam na modalidade de luta apenas Jiu Jitsu e Boxe, hoje abrem as portas para o MMA e estão sendo acolhidas por todos os gêneros sexuais.

Entres os prêmios que a Paraíba ganha destaque há o de atleta mais velho a conseguir o título de MMA amador por US Open Iska. O lutador dono deste título chama-se Mestre Targino que tinha 45 anos quando o conseguiu. Targino é dono da academia Nova Geração, localizada em Campina Grande, no bairro Liberdade, que têm como uma modalidade esportiva o Muay Thay ministrado por ele.