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RUGBY NA RAINHA DA BORBOREMA

 

 

Depois de noventa e três anos fora das disputas olímpicas, o rugby voltará a ser disputado nos jogos do Rio de Janeiro, em 2016. De acordo a Associação Brasileira de Rugby, são 123 clubes dedicados à prática do esporte e aproximadamente 8 mil jogadores no país. Diante do bom momento, o rugby ganha força e procura mais espaço e reconhecimento no chamado “país do futebol”.  

 

Em Campina Grande, os primeiros encontros entre os interessados pelo esporte aconteceram nas comunidades virtuais da agora extinta rede social Orkut, por volta de 2009. O espaço serviu, primeiramente, para o debate de partidas internacionais transmitidas pela televisão. Em seguida, houve a decisão pelo encontro pessoal para o treinamento em grupo.

 

Oficialmente em 10 de abril de 2011, surgia o Campina Grande Rugby Clube. Porém, o grupo se dissolveu durante dois anos, até que em 2014, resolveu retomar as atividades sob um novo nome, graças a uma aliança com o time de futebol americano Tropa Campina, ambos apoiados pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

 

Arthur Navarro, atual presidente do time, agora chamado Tropa Campina Rugby Clube, conta os motivos da pausa prolongada: “Naquele período, tudo era bem mais difícil. Treinamos durante um ano e até jogamos algumas vezes contra equipes de João Pessoa. Mas o time entrou em coma devido à saída de alguns atletas por causa do trabalho e porque ficamos sem espaço adequado para treinar”.

Tropa Campina Rugby treina no campus de Educação Física da UEPB                    (Foto: Allan Callado)

(Foto: Allan Callado)

A UEPB disponibilizou as instalações do Departamento de Educação Física para a preparação do time e sinalizou que vai prestar assistência em saúde aos atletas através das clínicas da instituição. De acordo com Navarro, o apoio dado pela UEPB é uma forma de lançar as bases para a formação de um time próprio da instituição para disputar os Jogos Universitários Brasileiros (JUB).

 

Navarro aposta na profissionalização do rugby com o retorno do esporte ao programa olímpico. Para ele, as olimpíadas serão um momento especial e que vai ajudar na profissionalização da modalidade no Brasil. “Esperamos contar, de cinco a dez anos, com núcleos mais organizados da prática do rugby e níveis satisfatórios para as competições locais”, projeta.

Universidade Estadual da Paraíba oferece apoio aos esportistas

O rugby se alastrou pela Europa após o ano de 1871, com a criação da Rugby Union. Mas é no ano de 1846, na Inglaterra, que ocorre a oficialização do Rugby como esporte. Além da Inglaterra, Estados Unidos e África do Sul são as potências no esporte.

 

No Brasil, o Rugby começou a ser praticado em 1925 no São Paulo Athletic Club. No entanto, apenas em 1996 o país disputou uma competição mundial, quando participou das eliminatórias da Copa do Mundo de Rugby.

 

Na Paraíba, o rugby despontou nas areias da praia de Cabo Branco, na capital João Pessoa há cerca de sete anos. Inicialmente conhecido por Garous, o time da capital passou a adotar o nome João Pessoa Rugby Clube. 

De acordo com Arthur Navarro, para o entendimento preliminar do rugby é possível pensá-lo como a brincadeira de barra-bandeira. Nesse jogo infantil, é preciso carregar uma bandeira de um lado para outro do campo, enfrentando o adversário que está em disputa e tenta desarmar o oponente. No rugby, a diferença é que na disputa pela recuperação da bola é possível, se necessário, agarrar o jogador do time adversário e ir com ele ao chão. 

Disputa de bola                                                                                                                  (Foto: Allan Callado)

Durante a partida de rugby é permitido aos jogadores carregar, chutar e atirar a bola.  O contato que ocorre entre os jogadores com o intuito de retomar a bola é o lance mais representativo e de maior impacto visual do jogo.

 

Segundo Navarro, o agarrão, que invariavelmente leva o adversário ao chão, ao contrário do que possa parecer, é uma falta quando usado de forma desnecessária ou com violência deliberada. O lance, ainda que chamativo, não se traduz em agressividade dentro de campo, argumentam os praticantes do esporte.

 

Camila Brandão, auxiliar administrativa e praticante de rugby há um ano e meio, rechaça a ideia de agressividade no rugby questionando qual o outro esporte de contato que não ocasiona um machucado. Para ela, o contato físico forte no rugby é semelhante ao que ocorre também em outros esportes em que há contato pessoal entre os oponentes. Por essa razão, ela não acha o esporte agressivo. “No rugby, o que fazemos é o uso de técnicas necessárias ao corpo a corpo inerente ao esporte”, pontua. Camila começou a jogar rugby depois de receber o convite de uma amiga e diz que sempre gostou de esportes de contato. 

Parte do time feminino da Tropa Campina                                                                   (Foto: Allan Callado)

O treinador explica que o contato direto é algo inerente ao rugby, mas que tem de ser o mais respeitoso e franco possível. Por isso que durante a formação de jogadores iniciantes é fundamental deixar sempre claro que a intensão é parar o adversário e de forma alguma machucá-lo. “Mostramos que a intenção é ir de encontro ao centro de gravidade do adversário, abraçar e ir com ela ao chão, mas sem maldade alguma”, esclarece Navarro.

 

Arthur conta que algumas pessoas já procuraram o campina rugby para treinar, mas que desde os primeiros momentos demonstraram atitudes antiesportivas. Isso levou os atletas veteranos a optar por uma seleção mais séria de novos integrantes para a equipe. “Identificamos pessoas que passaram a treinar conosco claramente com a única intensão de se afirmarem como pessoa, homem. Foi quando passamos a fazer uma seleção mais rigorosa. Porque esse não é nosso espírito”, diz.

 

Durante a partida de rugby, os jogadores, com exceção do capitão, não podem contestar as decisões dos juízes. “Diante das infrações cometidas, é ele quem recebe as penalidades. Ele é a imagem do time. O capitão não é apenas um a mais em campo”, explica Navarro. “Em outros gramados, cada vez mais o juízes estão sendo depreciados”.

 

O aprendizado do respeito ao adversário é um dos principais ganhos apontados por Camila Brandão. “Isso a gente leva para todos os lugares. Dentro do esporte, o respeito é o que conseguimos agregar mais a nossa vida. Inevitavelmente isso nos torna pessoas melhores. Por isso, é muito gostoso praticar o rugby”, afirma Camila.

 

Rumo à popularização do rugby no Brasil é fundamental possibilitar aos que acompanham jogos internacionais pela televisão a vivência prática do jogo. Nesse quesito, aproveitar a expectativa em torno da competição olímpica para o trabalho de formação inicial de novos jogadores será um avanço para o esporte.

A partida de rugby é disputada por dois times de quinze ou sete jogadores em um campo retangular gramado ou de areia, com dois postes e um travessão em formato de “H” nas extremidades. O padrão adotado para jogos como modalidade olímpica é o time com sete jogadores, ou Rugby Sevens. Nesta modalidade cada partida tem dois tempos de sete minutos. A contagem de pontos é feita quando uma das equipes coloca a bola no chão dentro da área de gol do time adversário (um try). Nesse caso, o jogador deve estar segurando a bola quando ela é tocada no chão. Um gol é marcado durante o jogo quando a bola sai das mãos de um jogador e é imediatamente chutada para a frente e passa entre as traves superiores da baliza. Um try corresponde a quatro pontos e o gol, a três. Os gols são validados quando a bola atinge o travessão, ou passa corretamente entre as traves superiores da baliza. 

Equipe

Celiosg

Larissa Sales

Allan Callado

Leandro Braúlio

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