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ALÉM DAS QUATRO LINHAS
 

            A instabilidade é um fator constante no futebol. Muitos jogadores que atuam em times de menor expressão no Brasil sofrem muito com isso. São vários os motivos que acarretam essa dificuldade. Por exemplo, o jogador é contratado por um time para jogar o campeonato estadual mas não tem certeza se o clube vai jogar o ano todo, assim não sabe se terá de se mudar com a sua família. Isso acarreta também a dificuldade em matricular os filhos em uma escola, uma vez que, se o time não for bem no campeonato estadual, não garante uma vaga no segundo semestre e assim o atleta tem de viajar novamente com a sua família a procurar um novo clube para jogar. Tudo isso termina gerando uma instabilidade financeira e, assim, muitas vezes o sonho de muitos jogadores em ter uma vida estruturada e vitoriosa vira frustração.

 

            Em Campina Grande não é diferente. Treze e Campinense são os dois principais times da cidade com duas enormes torcidas vibrantes mas que enfrentam o mesmo problema da instabilidade.

 

            Em 2014, os dois times fizeram várias contratações. Algumas não deram certo, como o caso do Campinense que fechou o retorno do meio campista Bismarck (destaque da campanha vitoriosa na Copa do Nordeste no ano anterior) para disputar a série D do campeonato brasileiro. O time não teve sucesso e acabou sendo eliminado ainda na primeira fase.

 

            Já o Treze teve uma temporada para sua torcida esquecer. Ao longo de 2014 o time contratou 101 jogadores mas apenas 30% desse montante permaneceu para disputar a Série C do campeonato brasileiro. Ou seja, a diretoria dispensou mais de 60 atletas. Como resultado, o time foi rebaixado para a Série D do campeonato brasileiro.

O Futebol, para os clubes de Campina Grande, vai chegando ao final da temporada. Ambos tiveram um ano fora das expectativas de seus dirigentes e, com isso, decepcionaram seus torcedores como um todo. Mais uma vez começam os planejamentos para o próximo ano em busca de novas contratações. O que sempre dificulta na hora de um acerto é exatamente o calendário que os times terão pela frente.

 

O Campinense, por exemplo, terá o Campeonato paraibano, a Copa do Brasil e a Copa do Nordeste, os dois últimos sendo de fase de eliminatória. No segundo semestre, a depender do título do, terá a possibilidade de disputar o Campeonato brasileiro da Série D. Com isso ganharia a vaga que é destinada ao campeão. Esses detalhes atrapalham um pouco, uma vez que os jogadores buscam sempre clubes que tenham um calendário com mais estabilidade, procurando por equipes que estejam competindo em campeonatos mais longos.

 

Já o Treze tem apenas no primeiro semestre o Campeonato paraibano para disputar e, consequentemente, no segundo semestre já possui garantido o campeonato brasileiro da serie D pelo fato de ter sido rebaixado neste ano.

 

Os dois clubes já começam a se programar visando o próximo ano. Diretores das equipes já estão se reunindo buscando fazer um planejamento para que não tenham um ano que venha mais uma vez a decepcionar seus torcedores. Outro fator que atrapalha bastante são questões salariais e família. Por vezes os jogadores moram um pouco longe do estado e ficam receosos de não se acostumarem com o clima, os costumes e alimentações de determinado lugares. Tudo isso dificulta trazer jogadores que possam suprir as necessidades e chegar, no fim, aos resultados esperados por todos.

Equipe

André Gomes do Nascimento

Antônio Roberto

Iago Fernandes

Thiago Henrique

Eudes Washington

Diego Henrique

Goleiro Eder                                                                                                                      (Foto: Roberto Junior)

(Foto: Eudes Washington) 

Incertezas e Dificuldades

Éder Donizete Duarte de Oliveira é mais um entre milhares de personagens de uma história real, onde o enredo inclui sonhos, desafios, desilusões, superações, conquistas, derrotas, vitórias e finais nem sempre felizes. Com trinta anos de idade, dezessete foram dedicados ao sonho que persegue quando tomou a grande decisão de sua vida: Sair de casa e tornar-se um grande jogador de futebol. Éder já “rodou” o país atuando em várias agremiações e conhece bem a realidade de um atleta de pequenas e médias equipes.

 

Apesar de atuar como goleiro, posição que propicia permanência prolongada de um atleta nesta modalidade esportiva, o arqueiro já teve carteira assinada em oito clubes, sendo o de Americana SP o que atuou por mais tempo em duas passagens; 2003/2007; 2011/2013. Em 2014 defendeu o Treze, time em que foi contratado para atuar em apenas sete partidas no estadual 2013, tendo, em seguida, o contrato renovado até a atual temporada onde viveu mais um momento decisivo em sua carreira e vida, como os vários que viveu dentro de campo ao se posicionar de frente para bola na marca do pênalti e fitar os olhos num centro avante sedento por gols. Desta vez o embate foi contra a queda de divisão do clube em que atuou (história que detalharemos mais adiante), o que certamente significará uma série de mudanças para o time, para família e para si.

 

Casado há dez anos, pai de dois filhos, Ana beatriz de dois anos e Matheus de oito, Éder sabe bem o que uma baixa na carteira significa: procura por novo clube, mudança de casa, novos vizinhos (que quase nunca conhece), cidade e escola para crianças, enfim, todos são muito prejudicados: “essa é uma das partes mais complicadas em todo esse processo, principalmente no que diz respeito à escola. Ano passado mesmo, meus filhos iniciaram o ano letivo em Americana, depois vieram pra Campina Grande no meio do ano, em seguida transferi novamente para Americana onde, finalmente concluíram as aulas”.

 

Se ter a família por perto é um grande desafio, ficar distante dela é um drama. “Cara, ficar longe da família é barra! Enquanto estou no treino, trabalhando, até que consigo suportar, mas ao chegar em casa e perceber o vazio, o silêncio, é complicado, é complicado”! O jogador ainda fala da relação com a esposa, ressaltando a importância e necessidade de cumplicidade e confiança ao casal que tem feito ‘grandes defesas aos ataques de saudades’ provocados pela distância: “todo casamento tem suas complicações e desafios, o meu não é diferente, na verdade é, mas no que diz respeito a essas questões que são superadas com amizade e confiança, muita confiança”. Confira o vídeo abaixo.

 

 

Éder sabe bem que, apesar de ter conseguido contratos com mais de um ano de duração, esse é um privilégio de poucos. Na verdade, pouquíssimos. “O que mais conheço é colega que assina por três, quatro meses. Tem casos que até assinam por um ano, mas tem a rescisão antes do término. Isso é muito comum no futebol. Nesse aspecto eu me considero um cara de sorte, graças a Deus”. Dos mais de quarenta atletas que foram contratados pela equipe do Treze para a temporada desse ano, menos de dez permaneceram. Entre eles, um das categorias de base.

 

O Treze entrou em campo pela última rodada do Campeonato Brasileiro da Série C com Éder entre os relacionados, porém no banco de reservas. Com grande atuação o time fez seu dever de casa e venceu o jogo por 3x0, mas o Botafogo não conseguiu mesmo êxito perdendo a partida por 2x1. Com a combinação de resultados, o time da capital não seguiu para a fase seguinte, e o galo, de crista baixa, amargou o temido rebaixamento à série “D”. Em pronunciamento, a diretoria declarou que imprensa e torcedores estão proibidos de entrar no estádio, que está realizando uma espécie de balanço e que, até semana que vem, se pronunciará a respeito de elenco e renovações de contrato. Quanto ao nosso herói, Éder está fazendo algo com o qual está tão habituado quanto ir aos treinamentos. Arrumar as malas e fazer mais uma mudança, provavelmente de volta a cidade de Americana. Porém, antes de iniciar uma nova partida decisiva no campeonato da vida, Éder continuou em Campina Grande até o dia 26 outubro, quando aconteceu a conclusão do terceiro bimestre escolar de seus filhos.

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Goleiro Eder em seção de treinamento                                                                         (Foto: Roberto Junior)

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