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Nascido na Inglaterra, mas adotado pelo Brasil

Alguns povos há milhares de anos realizavam disputas entre os povos de suas etnias como forma de divertimento. O objeto utilizado era redondo e colocado dentro de um espaço amplo para marcar ponto, esse objeto era feito de palha e é considerado como sendo o avô da bola. Era assim na China e no Império Romano, por exemplo.

Embora o divertimento se parecesse com o futebol que hoje conhecemos, foi só no século XIX que ele tomou forma e ganhou regras. No ano de 1848, na Inglaterra, foram criadas as Cambridge Rules (Regras de Cambridge) e em 1894 essas regras foram trazidas pelo brasileiro Charles Miller. A primeira partida de futebol no Brasil foi realizada em 1895 e a massificação do esporte aconteceu em 1933, permitindo que negros e mulheres o praticassem.


O Araguari Atlético Clube é considerado o primeiro clube do Brasil a formar um time feminino, em meados de 1958, mas com a pressão da Igreja Católica ele foi desfeito em 1959. Com o passar do tempo, diversas variações do esporte foram criadas, hoje, as mais praticadas são: futebol de campo, futebol de salão e futebol de areia. Todas com características, regras e níveis de exigência física diferentes.

As primeiras a entrar em campo: mulheres no futebol

No Brasil, a presença feminina dentro das quatro linhas ainda busca a sua afirmação. Segundo o professor Francisco Barbosa, da UEPB, jogar futebol é um dom, que todos podem ter.

Segundo dados recentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o país tem cerca de 400 mil jogadoras, número irrisório se comparado ao de nossos jogadores profissionais, ou então aos 12 milhões de atletas que pisam os gramados norte-americanos.

Se pensarmos no papel que a bola desempenha na nossa identidade nacional, tal contraste levanta uma pergunta crucial: qual o lugar da mulher dentro do país do futebol? É notório que o universo do futebol se caracteriza por ser, desde sua origem, um espaço eminentemente masculino; como esse espaço não é apenas esportivo, mas também sociocultural, os valores nele embutidos nem sempre são tão claros.

O primeiro time de futebol feminino oficial entrou em campo na Inglaterra em 1880, foi criado pela lendária e enigmática inglesa, Nettie J. Honeyball, era dividido em 2 e elas jogavam entre si. Logo, quando foram para Escócia competir com outro time, houve grande tumulto.

O historiador e organizador da exibição Collin Yates disse: “Os jogos causavam a ira de homens, indignados que mulheres estivessem fazendo o que era conhecido como ‘um trabalho para homens’”.

Mesmo assim, temos muitas mulheres que se destacam no esporte e provam seu valor:

Asaléa de Campos

O futebol feminino deu os seus primeiros passos com a mineira Asaléa de Campos, mais conhecida por Léa Campos: a primeira árbitra de futebol do mundo. A brasileira ficou durante oito meses na escola de árbitros da Federação Mineira de Futebol, recebendo seu diploma e reconhecimento da FIFA em 1971. Léa venceu diversos desafios para exercer sua profissão e lutou pela aceitação da mulher em um esporte considerado 100% masculino, principalmente pelo então presidente da CBD na época, João Havelange. Léa apitou mais de 100 jogos e representou o Brasil no Mundial de Futebol Feminino, no México.

Cláudia Malheiros

O Brasil só foi ter uma mulher como técnica de uma equipe de futebol em 2000. E coube a Cláudia Malheiros o papel de comandar o Andirá E.C., equipe do Acre, naquele ano. A treinadora teve boa passagem pelo clube, levando o time à 4ª colocação do Campeonato Acreano. Em seguida, Cláudia deixou o cargo, só retornando ao Andirá em 2006, outra vez como técnica.

Marta Vieira da Silva Viega

Após atuar como juvenil do CSA, Marta iniciou a carreira profissional no Vasco da Gama em 2000. Extremamente habilidosa e rápida, a atacante chama a atenção por estar em um nível técnico muito acima de suas contemporâneas, e tem capacidade física suficiente para encarar o futebol masculino. Ela começou a se destacar bem cedo, em 2004, quando foi a melhor jogadora do Mundial Sub-20. Rodou por vários clubes, amealhando títulos: campeonatos nacionais na Suécia, nos Estados Unidos e no Brasil, Copa Libertadores, Liga dos Campeões… Além de conquistas continentais com a seleção brasileira: dois Sul-Americanos e dois Jogos Pan-Americanos.

Para quem vai o dinheiro da bola

Criado em 1914, inicialmente era chamada de CBD (Confederação Brasileira de Desportos), onde geria todas as atividades esportivas. Desde 1979 é chamada de CBF - Confederação Brasileira de Futebol, órgão dirigente e responsável apenas pelo futebol no Brasil. Os principais campeonatos fomentados por essa instituição são Campeonato Brasileiro - Série A, B, C e D, Copa do Brasil – Feminina e a Copa do Nordeste.

Entre o ano de 2014 e 2015 mesmo com o aumento da inflação, a CBF conseguiu equilibrar seus investimentos em relação às seleções e campeonatos. Com a seleção de base, o aumento foi de 72%, com o futebol feminino 91%. Ainda assim chega a ser incomparável o incentivo financeiro colocado no futebol masculino em relação às principais seleções femininas (Sub 23, Sub 21, Sub 15, Sub 13).

De acordo com informações disponibilizadas pela CBF, somente o Campeonato Brasileiro da série D, no ano de 2015, levou consigo o investimento de R$ 29.364, a Copa do Brasil – Feminina custou para a CBF somente R$ 3.795, no mesmo ano. Sem falar no recebimento de 100 milhões, por parte da FIFA na Copa do Mundo que foi sediada no Brasil no ano de 2014, onde 15 milhões serão destinados a copa de futebol feminina.

Em entrevista realizada pelo jornalista Bruno Winckler do iG São Paulo, Thierry Regenass, secretário de desenvolvimento da Fifa afirmou que: "Temos mais homens que mulheres num evento sobre futebol feminino. Há muito a ser feito. Desenvolver o futebol feminino é prioridade da Fifa e deve ser das federações". E é exatamente o que se percebe no Brasil. Mesmo ocupando o 6º lugar no Ranking Mundial das Seleções de Futebol Feminina, o investimento ainda é considerado baixo em relação ao futebol masculino. Em vários lugares ao redor do mundo somos considerados o país do futebol, porém este esporte ainda vive um cenário machista, que precisa ser mudado o quanto antes.

Chuteira vs salto alto: o que difere fisicamente as mulheres dos homens?

As principais diferenças entre homens e mulheres nos esportes com bola, como o futebol e o futsal, são a força e a resistência. O homem já nasce com o gingado necessário para jogar futebol, a foça física é diferente e eles têm mais resistência nos músculos, o que tornam suas jogadas mais intensas; enquanto que as mulheres demoram mais para adquirirem agilidade e a coordenação necessária para a execução dos movimentos.

Dentro da força e da resistência encontram-se pontos estratégicos: altura, força, velocidade dos movimentos e diferença no desempenho físico- massa muscular e gordura corporal. Mas em relação a pontos estratégicos dentro de campo e força de vontade, o sistema de jogo se torna o mesmo.

Estudo feito na Espanha mostra que a principal diferença entre jogadores de futebol do sexo masculino e feminino é física, e não técnica. Os resultados mostram que, de maneira geral, em todas as posições, os homens percorrem uma distância muito maior durante as partidas. As mulheres, por sua vez, parecem jogar com níveis de intensidade mais elevadas. Em razão disso, elas apresentaram um cansaço maior no segundo tempo, tendo queda de rendimento. Nenhuma diferença significativa, contudo, foi encontrada quando se analisou questões técnicas, como número de passes, tempo de posse de bola e total de duelos ganhos.

Depois do avanço, o retrocesso

O futebol ainda é tido com esporte para homens, esse (pré) conceito, estabelecido culturalmente, ao longo de décadas, já esteve em cheque por diversas vezes. No Brasil, esses momentos de "quebra de tabu" vieram, em grande parte, por causa do destaque e visibilidade dado ao futebol feminino através da figura, já citada, Marta. As diversas vitórias da seleção brasileira, encabeçadas pela jogadora, que foi eleita por 5 vezes a melhor do mundo, serviram para abrir um debate, não só sobre a capacidade de atuação das mulheres na área, mas sobre a visibilidade e importância que deveria ser dada a elas.

Na Paraíba, também já houveram momentos em que o futebol feminino esteve destaque. Um desse momentos aconteceu em Campina Grande. O campeonato anual "Rainhas da Borborema" representou os melhores anos do esporte, na sua modalidade feminina na Paraíba. O campeonato era promovido pela prefeitura municipal de Campina Grande e tinha importância regional. Além de dar visibilidade as atletas experientes eram responsáveis por despertar interesse e outra menina, que acabavam passando a praticar o esporte.

Atualmente, a prática do esporte por parte das mulheres não tem nenhum campeonato ou projeto de incentivo, com isso os times que outrora participavam de competições como o torneio Rainha da Borborema deixaram de existir, com isso, houve uma diminuição considerável no número de praticantes e de torneios na região.

Como argumento o professor de Educação física ex-coordenador da olimpíada Rainhas da Borborema, Antônio Chagas, essa diminuição resulta na perda de grandes potências tanto de desenvolvimento de jogadoras como de projetos que incentivem a prática do esporte e que visem a melhoria pessoas dos atletas, que de acordo com ele é dos papéis de qualquer prática esportiva.

Por:

Dayara Sousa

Eduarda Silva

 Samara Maciel

Jessika Andielle

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